Entre Montanhas - Crítica

5 de março de 2025Banner Entre Montanhas

"Entre Montanhas", dirigido por Scott Derrickson, é um filme que mistura diversos gêneros e estilos, mas a falta de uma direção clara acaba gerando mais confusão do que prazer. Com uma premissa interessante envolvendo atiradores de elite, mistério e isolamento, o filme promete, mas perde o rumo conforme as reviravoltas de gênero se acumulam.

A proposta inicial é intrigante: dois atiradores de elite isolados em torres opostas em cima de um desfiladeiro misterioso, com o objetivo de impedir que algo saia de lá. Levi (Miles Teller) e Drasa (Anya Taylor-Joy) se comunicam à distância, criando uma atmosfera de romance impossível em meio ao mistério e a solidão.

No início, o romance entre os dois é o grande destaque e a fotografia deslumbrante ajuda a criar uma conexão genuína entre os personagens. Esse foco na intimidade do casal é, sem dúvida, o ponto alto do filme, podendo fazer com que o público se apaixone pela ideia de amor à distância e pelas dificuldades enfrentadas pelos protagonistas.

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Contudo, "Entre Montanhas" rapidamente muda de direção, passando de um romance interessante para uma história de ação, suspense e, eventualmente, terror. Embora essas mudanças possam ser interessantes, elas não são bem dosadas, e a narrativa começa a se perder entre clichês típicos de filmes de ação, como ameaças, conspirações e criaturas misteriosas surgindo de repente.

Essa alternância de tons, que poderia ter sido fascinante, acaba tornando-se um pouco confusa, tornando difícil para o público se manter imerso na história. A ideia de "heróis contra o sistema" é clássica, mas o filme adiciona tantas camadas que o enredo acaba se tornando sobrecarregado.

Embora a trama falhe em alguns momentos, as atuações de Miles Teller e Anya Taylor-Joy são o que mantém o filme à tona. A química entre os dois é ótima e suas cenas juntos são as mais envolventes. Eles dão vida a seus personagens de forma convincente, especialmente nas partes em que a narrativa foca no romance.

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No entanto, quando o filme se aventura para o terreno do terror e ação, parece que o diretor se preocupa mais em agradar ao público com explosões e mistérios fáceis de digerir, deixando de lado a delicadeza emocional que fez o romance entre os personagens funcionar tão bem.

Sigourney Weaver, no papel de uma vilã enigmática, é eficaz, mas sua presença acaba sendo mais um clichê do que uma ameaça verdadeira. Embora a reviravolta na trama seja divertida, ela não traz as surpresas impactantes que poderiam dar mais profundidade ao filme. Isso deixa a impressão de que "Entre Montanhas" poderia ter sido mais coeso se tivesse se concentrado em explorar as tensões entre os personagens e o mistério do desfiladeiro de maneira mais profunda.

No final das contas, "Entre Montanhas" tenta ser tudo: um romance, um thriller de ação, um filme de terror e até uma ficção científica. No entanto, ao tentar abraçar tantos gêneros ao mesmo tempo, o filme se torna uma experiência inconsistente. Apesar disso, ele oferece entretenimento e diversão, especialmente para quem não se importa em levar o filme muito a sério.

Em resumo, o filme entrega bons momentos, mas se perde nas suas próprias ambições, tornando-se uma produção que poderia ter sido muito mais interessante se tivesse focado em um único gênero. Para quem busca uma experiência cinematográfica leve, "Entre Montanhas" pode até ser uma boa opção, mas para os mais exigentes, vai deixar a desejar.

Avaliação: 3 / 5 ⭐



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